O
crescente abandono da fé por parte de adolescentes vem sendo objeto de debate há muitos
anos. Um novo estudo, conduzido pelo ministério Focus on the Family [Foco na
Família] pretende apresentar possíveis respostas sobre a tendência entre os
jovens adultos que podem contradizer as previsões catastróficas sobre o futuro
da Igreja.
A pesquisa recebeu o nome de “Participação na Fé
e Retenção entre os Milenares”. Como o título indica, o foco principal são as
opções religiosas da chamada geração milenar (nascidos entre 1980 e 2000) e
descobriu que apenas uma pequeno percentual mantem sua fé desse a infância.
O
principal motivo é a falta de uma formação clara no lar sobre a questão espiritual. O estudo
utiliza dados da pesquisa anual do Instituto Pew e da Fundação Nacional de
Ciência Social. Cerca de um quinto (18%) dos jovens adultos criados em
lares com pouca influência religiosa declaram não ter atualmente nenhum vínculo
com uma fé específica. Por outro lado, 60% por cento dos milenares afirmam que
“mantém a fé”.
Entre os
que afirmam ser “sem religião”, apenas
11% disse que tinha uma fé forte enquanto criança e viviam em uma casa onde uma
fé viva era praticada e ensinada. Em outras palavras, a grande maioria dos
jovens que deixam o cristianismo não viveram em famílias com forte convicções
religiosas.
“Esta não é uma crise apenas de fé, mas também é dos
pais”, observou o Focus on the Family. ”Os pais que possuem um lar onde
uma fé vibrante é praticada, ainda que de modo imperfeito, são muito mais
propensos a criar jovens que continuem sendo cristãos sérios, mesmo que às vezes
passem por crises e questionamentos”, disse o estudo. “Não é surpresa que onde
a fé dos pais é ‘morna’, as crianças não persistem mais quando envelhecem”.
O estudo também aponta que 20% dos jovens adultos decidem
mudar suas crenças, embora a maioria sai de uma denominação cristã para outra
(incluindo católicos). Em geral, o número dos sem religião cresceu cerca de 10%
nos últimos 20 anos. Contudo, entre os milenares, muitos desses “sem religião”
não abandonaram a fé por completo, mas sim dizem serem espirituais, contudo sem
serem religiosos.
O estudo tratou também da questão sobre por que os jovens
adultos que se envolvem menos com a comunidade (isso inclui a igreja), são mais
propensos a ver as pessoas religiosas como hipócritas ou excessivamente
conservadoras. A resposta parece ser a falta de bons modelos.
Além disso, o estudo observou que os que tiveram uma
criação menos religiosa tendem a adiar o casamento e a paternidade. ”Ter
modelos fortes de casamentos e de famílias na infância é uma importante fator
também na questão da igreja”. Entre as principais conclusões do estudo, está
que as famílias que ensinam as crianças de maneira constante sobre fé, desde a
primeira infância, têm um maior “índice de retenção” na idade adulta.
Outro fato importante é que as Igrejas que ensinam a
Bíblia (evangélicas conservadoras) continuam crescendo. O motivo é que os
jovens de hoje querem viver “algo maior que eles mesmos”. Os milenares querem
uma fé séria, fundamentada, não uma forma de entretenimento.
Por outro lado, as igrejas que oferecem apenas mensagens
positivas e promovem a riqueza estão em declínio. A nova geração parece menos
propensa a aceitar o discurso que é preciso apenas “ter fé na força da fé”.
Com
informações de BP News – Gospel Prime
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