ISAÍAS 27. 13
O povo do tempo
de Isaías prestava um culto hipócrita a Deus. Não era um culto honesto e
sincero, mas um culto teatral, fingido. Apenas um culto exterior e não um culto
saído do coração. Isto está errado, é algo que não é aceite por Deus, antes, é
repudiado.
O Senhor, tanto
no Evangelho de Mateus como no de Marcos, falou expressamente contra o culto
tradicional, hipócrita, apenas de aparência. Ele criticou os líderes religiosos
do Seu tempo, pois apenas tinham preceitos, ritos, tradições e corações cheios
de invejas, malícias, cobiças, etc.
Que diria Jesus
se viesse assistir a muitos cultos dos nossos dias, nas nossas igrejas, com
batuques, gritarias, venda de óleos santos, águas do Jordão, folhinhas de
oliveira trazidas da Palestina, etc.? Certamente Jesus ficará muito triste, mas
é isto que se encontra. Hoje, Jesus encontrará muita religião, mas pouco amor;
muita religião, mas pouca fé; muita gente endemoninhada, mas pouco culto
honesto, prestado em espírito e verdade.
É preciso que
tenhamos fé para nos aproximarmos de Deus, mas não que sejamos crédulos para
engolirmos tudo o que os senhores da religião nos queiram impingir.
Ter fé é algo
que nasce de uma leitura e audição atenta da Palavra de Deus, de maneira a que
novos sentimentos de alegria, paz, bondade, gozo, amor, etc. sejam gerados no
nosso coração e cresçam para glória de Deus e bem do nosso próximo.
Prestar culto a
Deus é servi-lO integralmente, com todo o nosso ser, na pessoa do nosso
semelhante. Prestar culto a Deus é servi-lO e amá-lO sem reservas, de maneira
que expressemos, em nosso viver, os Seus atributos de paz, santidade, verdade,
vida e amor, que serve sempre sem desejar ser servido
O povo me honra com os lábios, mas tem
o coração longe de mim
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Por isso, em diversas passagens veremos Jesus apoiando ações aparentemente contrárias às leis dos judeus. Seus discípulos colherão espigas em dia de sábado e não lavaram as mãos antes de comer. Toda essa nova postura será considerada por muitos como uma afronta às leis. Jesus, porém, irá demonstrar que a lei maior é a lei do amor e por isso dirá que o maior mandamento será amar uns aos outros e que deste, todos os demais decorrerão.
As Suas palavras “o povo me honra com os lábios, mas tem o coração longe de mim” (Mc 7, 6) refletirão a necessidade de trazer no coração aquilo que é dito pela boca, ou seja, ter uma prática coerente com a palavra que prega, viver em testemunho constante daquilo que se acredita. Este é o Seu ensinamento que ainda hoje nos deve fazer pensar sobre nossa própria coerência de vida. Estamos vivendo um cristianismo testemunhal ou apenas pregamos palavras bonitas? Somos realmente agentes de transformação da sociedade ou vivemos uma fé morna, apenas justificada pela presença nas missas de domingo? Fazemos dos ritos uma real liturgia ou apenas estamos presentes para nos fazer vistos pelos demais?
Aproximar o coração de Cristo significa viver em plenitude os seus ensinamentos e tentar fazer de nossa vida um constante testemunho de nossa fé. Ainda que isso nos leve a ser repreendidos pelos demais, como Jesus e seus discípulos o foram, ainda que nos leve ao julgamento alheiro, ainda que nos aproxime da cruz. Porque é da aproximação com Jesus em seu sofrimento, que nos aproximaremos também de sua glória.
Texto sugerido: Mc 7, 1-23
Este
povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu
coração está longe de mim.
Mateus 15:8
Mateus 15:8
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